sábado, 14 de agosto de 2010

Análise do texto: África do Sul Além da Copa



O caso de amor entre a África do Sul e o futebol teve início na segunda metade do século 19. O esporte não demorou a criar raízes no país, com o nascimento do primeiro clube, o Pietermaritzburg County, em 1879. Composto apenas por imigrantes europeus, o time disputou as suas primeiras partidas contra equipes das tropas de ocupação britânicas.

Com a fundação da Associação de Futebol de Natal, em 1882, surgiu uma liga formada por quatro clubes: Pietermaritzburg County, Natal Wasps, Durban Alpha e Umgeni Stars. A liga cresceu no ano seguinte, quando passou a contar com dez clubes.

A paixão pelo esporte ganhou corpo na cidade litorânea de Port Elizabeth, onde o escocês Dickson (o primeiro nome ficou perdido nos registros históricos) tentou, sem sucesso, criar uma liga. Em 1890, dois ingleses fundaram na Cidade do Cabo um clube chamado Pioneers FC, que imediatamente desafiou a dominação dos times militares britânicos.

Com a agitação da Copa poucos ressaltam que ainda há muito o que vencer da antiga herança do Apartheid. Ao contrário do que muitos pensam, a África do Sul não vive em paz plena e sem nenhum preconceito. Ainda há muita tensão e as marcas deixadas na economia e na política em geral são enormes. O povo sul-africano luta para vencer esses problemas e se reintegrar ao cenário mundial com a Copa 2010.

No entanto, muitos problemas e desigualdades ainda permanecem. O texto cita como exemplo a dificuldade e a lentidão na distribuição das terras, que historicamente estiveram concentradas nas mãos da minoria branca, e revela que essa situação não foi modificada. “É uma questão séria e que permanece. Pouco se pôde fazer. Há uma resistência interna enorme à reforma agrária, estabelecida pelos fazendeiros e grandes proprietários, além da pressão do sistema internacional e do grande capital, com quem, nesse caso, os governos pós-apartheid se alinharam”

O futebol sempre se orgulhou de promover a integração racial, e na África do Sul o esporte de fato ajudou a quebrar as barreiras do apartheid, embora o processo não tenha sido rápido. A partir de 1946, o Comitê Interracial de Futebol passou a organizar partidas em que todas as comunidades eram representadas. Com o mesmo intuito, federações representantes de três comunidades (indiana, africana e "de cor") disputaram na província de Natal o Troféu Singh. Na antiga província de Transvaal, uma iniciativa semelhante colocou em jogo o Troféu Rev. Sigamoney.

A antiga Federação de Futebol da África do Sul, que liderou a campanha contra a segregação no esporte, recebeu o seu primeiro grande impulso em Paris, em 1955, quando o Comitê Olímpico Internacional reconheceu que a discriminação contra esportistas "não brancos" era uma realidade na África do Sul.

O futebol profissional surgiu na África do Sul em 1959, com a formação da Liga Nacional de Futebol. A competição contava com 12 membros fundadores, todos já extintos. Na primeira temporada completa, mais de 500 mil espectadores assistiram a 210 partidas de dois torneios, um por pontos corridos e outro em formato eliminatório. O sucesso se prolongou até a década de 1970 com os estádios recebendo grande público.

Em 1971, foi criada a Liga Nacional de Futebol Profissional, que consagrou o Orlando Pirates como primeiro campeão nacional. Hoje a liga profissional é chamada de Premier Soccer League e conta com diversos clubes que disputaram a primeira edição em 1971.

No dia 8 de dezembro de 1991 foi fundada a South African Football Association (Associação Sul-Africana de Futebol, SAFA na sigla em inglês), fruto de um longo processo de unificação que almejava libertar o esporte do país de todo o seu passado de segregação racial. Quatro diferentes instituições com nomes praticamente iguais se uniram para formar a SAFA: Football Association of South Africa,South African Soccer Association, South African Soccer Federation e South African National Football Association.

A África do Sul agora tem todos os olhares do mundo voltados para ela, e o povo espera poder mostrar que embora as cicatrizes do Apartheid existam, tentam deixar o passado sombrio com a ajuda do esporte a da paixão do mundo pelo futebol. Os problemas como violência, corrupção, AIDS, preconceito e muitos outros ainda existem, e são enormes, nada disso deve ser esquecido ao ver os belos estádios de primeira linha que abrigaram os jogadores mais valiosos nessa Copa, mas isso não impediu que a Copa acontecesse com a alegria de sempre e mais do que nunca, juntasse povos e culturas em pró de uma razão em comum: O futebol por si só!

Um comentário:

  1. Roberto,

    Gostei da sua produção da historia do futebol na África do Sul. Existe informações que se quer foram apresentadas em sala

    Parabés

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